já passei da hora
de enxergar
todos me preveniam
já me vi
como diziam
no domínio
da razão.
agora que me levantei
do raso poço
da melancolia
me atiro
a céu aberto
nos braços da ilusão.
perdão
aos mortais queridos
que se prendem
ao que é de ter
mas com o fio
da fantasia
prefiro eu
me entreter.
carrego no olhar
a alma e
caminho
sem procurar o rumo
eu a-guardo
sei que ainda
hei de encontrar.
quarta-feira, junho 23, 2010
segunda-feira, maio 17, 2010
sabedoria de segunda
Nada como um
sábado após o outro.
Dinheiro na mão
é bebedeira.
Mais vale um
bêbado na mão
que dois caindo.
Você não gosta de mim,
mas o garçom gosta.
Antes sóbrio,
depois mal acompanhado.
Neurônio desligado
ou fora de área,
tente mais tarde.
Dormir
é o melhor remédio.
sábado após o outro.
Dinheiro na mão
é bebedeira.
Mais vale um
bêbado na mão
que dois caindo.
Você não gosta de mim,
mas o garçom gosta.
Antes sóbrio,
depois mal acompanhado.
Neurônio desligado
ou fora de área,
tente mais tarde.
Dormir
é o melhor remédio.
sábado, maio 15, 2010
De tudo, um pouco mais
Do amanhã, a ilusão
Do dinheiro, a oportunidade
Do acaso, a paciência
Do relógio, o passatempo
Da mania, o disfarce
Da melancolia, o verso
Da música, o contratempo
Do despertar, o espreguiçar-se
Da tarde, o ócio
Da solidão, o silêncio
Da saudade, o bem-querer
Do amigo, o carinho
Do encontro, o sorriso
Da lembrança, o aconchego
Da memória, o perfume
Do corpo, o calor
Do desejo, a falta
Da sabedoria, a espera
Do sentido, a pergunta
Da vida, o agora
Da resposta, o começo
De tudo, um pouco mais.
Do dinheiro, a oportunidade
Do acaso, a paciência
Do relógio, o passatempo
Da mania, o disfarce
Da melancolia, o verso
Da música, o contratempo
Do despertar, o espreguiçar-se
Da tarde, o ócio
Da solidão, o silêncio
Da saudade, o bem-querer
Do amigo, o carinho
Do encontro, o sorriso
Da lembrança, o aconchego
Da memória, o perfume
Do corpo, o calor
Do desejo, a falta
Da sabedoria, a espera
Do sentido, a pergunta
Da vida, o agora
Da resposta, o começo
De tudo, um pouco mais.
domingo, maio 09, 2010
em trânsito
vivendo
passeando
transitando
no mundo dos nomes
perdeu-se
num ponto de ônibus
inter(na)rogação:
oh, Deus!
que nome tem isso
de não saber onde
se encontrar nos outros?
Deus respondeu:
desculpe, minha querida;
sou onipresente! Pergunte à mulher ali do lado..
passeando
transitando
no mundo dos nomes
perdeu-se
num ponto de ônibus
inter(na)rogação:
oh, Deus!
que nome tem isso
de não saber onde
se encontrar nos outros?
Deus respondeu:
desculpe, minha querida;
sou onipresente! Pergunte à mulher ali do lado..
hormônimos?!?
quando o sono não vem
é quase sempre
um verso-espinha
querendo estourar
é isso
que inflama
bem na nossa cara
que é pra não tentar disfarçar
até o papel já sabe
que não adianta fingir bocejar
quando a fome que bate
não é a da cama
é pela palavra
que se quer gozar...
é quase sempre
um verso-espinha
querendo estourar
é isso
que inflama
bem na nossa cara
que é pra não tentar disfarçar
até o papel já sabe
que não adianta fingir bocejar
quando a fome que bate
não é a da cama
é pela palavra
que se quer gozar...
sábado, maio 01, 2010
só aí
enquanto ela toma o café,
solidão acompanha;
enquanto ela toma banho,
solidão acompanha;
enquanto ela toma o ônibus,
solidão acompanha;
enquanto ela toma no cu,
solidão acompanha;
e quando ela toma coragem,
solidão a abandona.
solidão acompanha;
enquanto ela toma banho,
solidão acompanha;
enquanto ela toma o ônibus,
solidão acompanha;
enquanto ela toma no cu,
solidão acompanha;
e quando ela toma coragem,
solidão a abandona.
quinta-feira, abril 29, 2010
meu avesso
O meu avesso é a poesia
é ela o avesso da roupa com que saio na rua todo dia
esse eu é meu rascunho
são traços que nem o espelho me transmite como face
despedaços
como demora
até que me encontre num ponto de desencanto do meu próprio olhar
o avesso do meu avesso
é o esquisito
estranhas entranhas do meu devaneio
devo pensar, devaneio
devo acordar, devaneio
devaneio não nego
engano enquanto puder.
é ela o avesso da roupa com que saio na rua todo dia
esse eu é meu rascunho
são traços que nem o espelho me transmite como face
despedaços
como demora
até que me encontre num ponto de desencanto do meu próprio olhar
o avesso do meu avesso
é o esquisito
estranhas entranhas do meu devaneio
devo pensar, devaneio
devo acordar, devaneio
devaneio não nego
engano enquanto puder.
respirar
minhas raízes se desprenderam do chão
e saíram pra passear
foram visitar outros campos
outros ares
fotossíntese ocular
como brilham os raios de sol
quando admirados por um novo olhar
explorar novas idéias
descobrir-se nova mente
vez ou outra permitir-se
corajosa, reinventar-se
e ventar-se
reinventar-se
e ventar-se
num avessar espiral
constante pirar e respirar
e saíram pra passear
foram visitar outros campos
outros ares
fotossíntese ocular
como brilham os raios de sol
quando admirados por um novo olhar
explorar novas idéias
descobrir-se nova mente
vez ou outra permitir-se
corajosa, reinventar-se
e ventar-se
reinventar-se
e ventar-se
num avessar espiral
constante pirar e respirar
quarta-feira, abril 28, 2010
é minha
minha poesia é ordinária
anti-prece de cada dia
não roga por mim nem sacia
a sede de sentido
pra vida.
minha poesia é profana
com as palavras me perco
na cama
sexuada
pelo significado que falta.
minha poesia é sagrada
água benta que redime
a angústia não domesticada
é o que de (nada) mais
me faz
ser quem sou.
anti-prece de cada dia
não roga por mim nem sacia
a sede de sentido
pra vida.
minha poesia é profana
com as palavras me perco
na cama
sexuada
pelo significado que falta.
minha poesia é sagrada
água benta que redime
a angústia não domesticada
é o que de (nada) mais
me faz
ser quem sou.
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